Em Maputo
existe uma feira de artesanato que está aberta todos os dias, um espaço vedado
com várias bancas devidamente organizadas, onde encontramos verdadeiras obras
de arte e também as famosas capulanas, incluindo as que têm a finalidade de
quadro, que se encontram penduras, percorrendo o perímetro de toda a feira.
Existe ainda
um mercado, que acontece semanalmente aos Sábados de manhã, que gosto particularmente
de ir, onde muitos vendedores e artesãos expõem os seus trabalhos e onde
encontramos também muitas peças à base de capulanas e foi engraçado pois fiz as
minhas primeiras compras decorativas para a casa aplicando algumas palavras que
aprendi em Changana.
Comecei por
perguntar quanto custa I malè muni e
depois de me responderem afirmo que está caro Xá dula e digo que não quero Nayála.
Como não sei muito mais vocabulário para
argumentar, mostro o dinheiro que estou disposta a pagar e o vendedor começa-se
a rir, talvez por ter achado piada ao facto de ter falado em dialecto, mas aceita
e acabo por trazer duas capulanas quadro, feliz e contente, mais pelo facto de
ter conseguido “negociar” em Changana!
Em qualquer
mercado local, se não tivermos dinheiro certo para facilitar o troco, confiam
em nós e dizem prontamente Há-de me vir
dar amanhã e se voltarmos lá passado uma semana, acreditem que não se
esquecem e aparecem para lhes darmos o que é devido. É uma situação comum por
aqui, funciona assim mesmo quando estacionamos num sítio que não tem
parquímetro e mal saímos do carro aparece sempre um rapaz que diz ficar ali a
guardar o carro e quando voltamos, de facto está lá e aguarda ansioso por uns
meticais e se o mesmo episódio de não termos moedas se repete, o processo é o
mesmo e garanto-vos que não se esquecem nem da nossa cara nem do carro,
comprovadíssimo!
Por aqui tudo
se há-de fazer, tudo há-de acontecer, um dos verbos que usam
bastante. A maneira como falam é curiosa, uma vez perguntei no supermercado se
já tinham um produto que procurava há mais de uma semana e obtive como resposta
ainda. Sabemos que a seguir vem
sempre o não, logo aqui só dizem ainda.
E foi um
episódio no Bazara (mercado)
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