Chegou o tão
esperado dia 14 de Fevereiro, o dia de São Valentim! Que é celebrado afincadamente
pelos moçambicanos. Trânsito medonho, que quase não existe em Maputo,
vendedores de flores que se triplicam pelas ruas da cidade e os restaurantes
com reservas lotadas para o dia mais aguardado do ano!
Saímos para
jantar, já preparados para voltar para casa se houvesse filas de espera intermináveis. Entrámos no Mundos, restaurante com um conceito agradável e que
tem a particularidade de estar sub-dividido em 3 espaços diferentes, um pub estilo
bar inglês, uma área com ecrãs gigantes e outro espaço mais reservado e intimista e claro mais
procurado nessa noite. Todos eles em espaço aberto. Uma vez que não fazem reservas, aguardámos cerca de 20m
e jantámos tranquilamente.
Tudo estava a
correr bem, até começarem a aparecer visitantes indesejadas, as amigas
baratas voadoras! Há pois foi, eu levantei-me assim que vejo a primeira, digo
ao empregado e ele sorri e acena com a cabeça como quem diz, sim sim também já
a vi, mas nada fez. A segunda visitante surgiu numa mesa em que estava um
grupo de italianos e se começam a ouvir alguns gritos femininos, penso que essa
terminou a vidinha dela mesmo aí… A terceira visitante da noite surgiu mesmo
debaixo da nossa mesa e foi o casal da mesa ao lado que nos avisou. Ok, por
hoje chega, sorte a nossa que já estávamos a terminar a sobremesa, pedimos a conta e fomos embora.
Estava também
no restaurante um grupo de meninas, algumas pareciam ter menos de 18 anos, com ar de mulher fatal, todas com os seus
vestidos vermelhos, bem maquilhadas a aguardarem a sua “sorte”. São as
meninas das noites de Maputo. Passados 5m de se sentarem, são abordadas
por europeus que procuram uma companhia feminina. É comum por aqui vê-los descontraidamente acompanhados
por jovens moçambicanas.
Nos dias seguintes
Maputo volta ao seu ritmo habitual. Excepto hoje uma pequena situação que aconteceu
com a Luísa, a nossa empregada. Perto da hora de almoço recebo um telefonema do
guarda a pedir que fosse com urgência para casa porque ela estava do lado de
fora sem chave e com o "fogo aceso". Lá fui e quando chego está toda a gente do
prédio na rua, vá lá que somos apenas 3 moradores e um se encontra de férias,
por tanto estava a minha vizinha, as duas
empregadas dela, a Luísa e os guardas. Mal
abro a porta e a casa está cheia de fumo branco (frigideira com azeite ao lume)
mais 2 minutos e não tinha a mesma sorte… A Luísa estava tão nervosa que nem
conseguia olhar para mim. Coitada, não parava de se desculpar a dizer que
desceu só para comprar alface. Expliquei-lhe que nunca pode sair de casa com o
fogão ligado porque até se pode sentir mal e demorar mais tempo , exclamou um “aaah”
que foi como quem diz “pois é, nunca pensei nisso”!
Depois de 1h
com portas e janelas abertas o fumo desapareceu mas o cheiro medonho a azeite
quente ainda ficou, eu que nem gosto de fritos, mas nesse dia a Luísa disse que ia
fazer um prato novo de frango com ovo e estava tão entusiasmada que nem
perguntei como era. Mas tenho a dizer que estava delicioso e tinha também preparado
pêra-abacate com açúcar e limão (uma bomba calórica) que estava simplesmente divinal!
Por aqui a
rotina não existe, cada dia é um dia diferente com as particularidades de uma
terra africana.
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