Sempre me
intrigou os diversos estilos das mulheres muçulmanas. As que usam hijab (véu), as que não usam, as que
mostram o rosto completo, as que apenas mostram os olhos, as que usam abaya (vestido). Enfim.
Este fim-de-semana,
numa ida ao parque aquático de Maputo, era ver a piscina cheia de mulheres
muçulmanas felizes e contentes. Até aqui tudo bem, não fosse o facto
de entrarem na água completamente vestidas, algumas tinham só mesmo os olhos
visíveis… Parecia que estávamos numa cena de um filme e não fazíamos seguramente parte do elenco, homens com as suas barbas compridas encaracoladas, mulheres de vestidos a entrar na piscina com a elegância que parece nascer com elas, as crianças bem comportadas, nada de gritos ou correrias, parecia tudo ensaiado. Verdade verdadinha!
Muitos
muçulmanos acreditam que o livro sagrado islâmico, o Alcorão, e outras fontes de estudos, como Hadith e Sunnah, exigem que
os homens e as mulheres se vistam e se comportem modestamente em público.
Ora assim o
fazem. Vou apenas falar das mulheres. O hijab esconde os cabelos, as
orelhas e o pescoço, e só deixa visível o rosto. O niqab cobre todo o corpo e só deixa os olhos da mulher de fora, geralmente
a roupa é toda preta e muitas ainda usam luvas. O Profeta Maomé cobria a face e
as mãos quando estava em público e, por isso, é comum ver mulheres islâmicas
imitá-lo em sinal de religiosidade. Diferente da burca que nem os olhos mostra,
tem uma rede e é de cor azul.
Os países de
religião cristã ainda vêem com receio o uso da burca. Isto porque acham que a
roupa cobre demais a pessoa e pode ser usada por criminosos. Daí a razão de
países como a França e a Holanda terem
proibido o seu uso.
Confesso que
me faz alguma confusão cruzar-me diariamente com mulheres que escondem o
próprio rosto, mas vivo actualmente num país multicultural e eu não tenho de
compreender por que razão usam véu, não tenho que aceitá-las, nem sequer
concordar com elas. Tenho simplesmente que respeitar.
Eu tento ser
discreta, mas tenho que admitir que é uma proeza manterem-se debaixo das vestes
com temperaturas acima dos 35 graus! Impossível ficar indiferente!
Bem, no
Aquapark eu, a minha amiga e a filha quase a completar 2 anos de idade,
deliciámo-nos entre banhos de sol e os poucos escorregas que o parque oferece,
mas foi sobretudo uma experiência diferente estarmos rodeadas de
muita "escuridão", ora de um lado as mulheres muçulmanas com os seus vestidos e burkinis de cor preta e do outro os
nativos moçambicanos. Para além de nós, estavam 2 casais com crianças, que pareciam ser holandeses. É de salientar que sendo a entrada apenas 200Mt por
adulto (aproximadamente 5,00€) não está ao alcance da maioria da população local e só pessoas com
algum status frequentam estes locais. Tenho ainda a dizer que apesar da quantidade de
pessoas que estavam no parque, o espaço é grande e não se fez sentir qualquer tipo de confusão, até porque
a comunidade muçulmana (que estava em maior número) prima pela descrição e boa educação e apenas se ouviam os risos das crianças que fazem
parte da envolvência de qualquer parque aquático.
Foi mais um dia
de sol quente em terras de África.
Sem comentários:
Enviar um comentário