10 de fevereiro de 2014

Islam



Sempre me intrigou os diversos estilos das mulheres muçulmanas. As que usam hijab (véu), as que não usam, as que mostram o rosto completo, as que apenas mostram os olhos, as que usam abaya (vestido). Enfim.

Este fim-de-semana, numa ida ao parque aquático de Maputo, era ver a piscina cheia de mulheres muçulmanas felizes e contentes. Até aqui tudo bem, não fosse o facto de entrarem na água completamente vestidas, algumas tinham só mesmo os olhos visíveis… Parecia que estávamos numa cena de um filme e não fazíamos seguramente parte do elenco, homens com as suas barbas compridas encaracoladas, mulheres de vestidos a entrar na piscina com a elegância que parece nascer com elas, as crianças bem comportadas, nada de gritos ou correrias, parecia tudo ensaiado. Verdade verdadinha!

Muitos muçulmanos acreditam que o livro sagrado islâmico, o Alcorão, e outras fontes de estudos, como Hadith e Sunnah, exigem que os homens e as mulheres se vistam e se comportem modestamente em público.

Ora assim o fazem. Vou apenas falar das mulheres. O hijab esconde os cabelos, as orelhas e o pescoço, e só deixa visível o rosto. O niqab cobre todo o corpo e só deixa os olhos da mulher de fora, geralmente a roupa é toda preta e muitas ainda usam luvas. O Profeta Maomé cobria a face e as mãos quando estava em público e, por isso, é comum ver mulheres islâmicas imitá-lo em sinal de religiosidade. Diferente da burca que nem os olhos mostra, tem uma rede e é de cor azul.

Os países de religião cristã ainda vêem com receio o uso da burca. Isto porque acham que a roupa cobre demais a pessoa e pode ser usada por criminosos. Daí a razão de países como a  França e a Holanda terem proibido o seu uso.

Confesso que me faz alguma confusão cruzar-me diariamente com mulheres que escondem o próprio rosto, mas vivo actualmente num país multicultural e eu não tenho de compreender por que razão usam véu, não tenho que aceitá-las, nem sequer concordar com elas. Tenho simplesmente que respeitar.

Eu tento ser discreta, mas tenho que admitir que é uma proeza manterem-se debaixo das vestes com temperaturas acima dos 35 graus! Impossível ficar indiferente!

Bem, no Aquapark eu, a minha amiga e a filha quase a completar 2 anos de idade, deliciámo-nos entre banhos de sol e os poucos escorregas que o parque oferece, mas foi sobretudo uma experiência diferente estarmos rodeadas de muita "escuridão", ora de um lado as mulheres muçulmanas com os seus vestidos e burkinis de cor preta e do outro os nativos moçambicanos. Para além de nós, estavam 2 casais com crianças, que pareciam ser holandeses. É de salientar que sendo a entrada apenas 200Mt por adulto (aproximadamente 5,00€) não está ao alcance da maioria da população local e só pessoas com algum status frequentam estes locais. Tenho ainda a dizer que apesar da quantidade de pessoas que estavam no parque, o espaço é grande e não se fez sentir qualquer tipo de confusão, até porque a comunidade muçulmana (que estava em maior número) prima pela descrição e boa educação e apenas se ouviam os risos das crianças que fazem parte da envolvência de qualquer parque aquático.

Foi mais um dia de sol quente em terras de África.

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